As animações da Pixar sempre se caracterizaram por criar universos em torno de narrativas que facilmente se tornam especiais para os espectadores. Quem nasceu na década de 90, certamente passou a olhar com outros olhos para os seus brinquedos quando, em 1995, conheceu o imaginário de Woody e Buzz Lightyear. A vida difícil das formigas também ganhou um carinho especial por aqueles que assistiram a Uma Vida de Insecto. Mais tarde, descobrimos o lado bom dos Monstros e Companhia, descemos ao fundo do mar Á Procura de Nemo, entrámos no universo de Carros, conhecemos Paris com Ratatui, viajámos ao futuro com Wall-E, e percebemos que, afinal, a nossa casa é onde somos felizes quando Up – Altamente nos fez voar.
Parece, sem sombra de dúvida, o momento certo para dar um passo em frente e enveredar por caminhos nunca antes pisados.
Em mais uma parceria com a Disney, a Pixar volta a brindar os espectadores com uma produção que traz novidades. Brave – Indomável conta a história de Merida, uma princesa que preferia não o ser. E nunca a Disney Pixar foi tão longe nesse aspecto. Numa breve viagem pelos filmes resultantes da comunhão das duas produtoras, é fácil perceber que, entre carros, robôs e brinquedos, esta é a primeira vez que uma personagem feminina assume o protagonismo.
E se este parece ser um retorno aos clássicos da Disney, desengane-se. Merida não é a princesa tradicional que aguarda ansiosamente que o príncipe encantado a acorde de um sono profundo. É rebelde e aventureira, pouco dada aos costumes ancestrais que regem a tradição da sua terra. Quando lhe tentam impor o destino que deve seguir enquanto princesa, revolta-se e decide recorrer a poderes divinos. Mas nem tudo corre bem e só a verdadeira coragem pode salvar os que mais ama.
Tratando-se da história de uma princesa, este é também o primeiro filme da parceria com uma localização histórica muito precisa. A narrativa situa-se na Antiga Escócia e os criadores, liderados pelo realizador Mark Andrews, procuraram recriar essa realidade com a maior fidelidade possível. Para tal, a equipa viajou até à Escócia, fotografou e conheceu costumes e tradições da terra para criar o universo rico e real do filme, tanto a nível visual como narrativo.
Quem conhece as animações anteriores sabe que tornar as mesmas reais é, aliás, o maior desafio e o grande objectivo da Pixar. Neste caso, o grande desafio técnico foi a construção do cabelo de Merida. Foi a primeira vez que se criou uma cabeleira com caracóis flexíveis ao movimento – antes disso, só há memória do cabelo de Boo (Monstros e Companhia), muito mais rígido do que o da nova personagem.
A dificuldade está precisamente no facto do cabelo ser encaracolado. «Os cabelos encaracolados desafiam a física na forma como se movem e se comportam», explicou Claudia Chung, artista responsável pela simulação do cabelo. Por isso mesmo, o processo exigiu precisão e foi necessário utilizar mais de 1500 caracóis, de vários tipos, espessuras e comprimentos, aplicados um a um, até encontrar a cabeleira ideal para a protagonista.
Brave parece ter tudo para dar certo. A acrescentar à exigência técnica e ao facto de se tratar do primeiro conto histórico da Pixar, a longa de animação conta com as vozes dos célebres Kelly MacDonald, Emma Thompson e Billy Connolly na versão original. Na versão portuguesa, é Daniela Ruah quem dá voz a Merida. A banda sonora estará a cargo de Patrick Doyle, que conta já com uma longa experiência de mais de vinte anos em bandas sonoras originais. Brave – Indomável estreia já esta quarta-feira, dia 15, na expectativa de se tornar mais um sucesso na história da Disney Pixar e de obter um lugar especial na história de cada um de nós.
Fonte: Ante-cinema.com | por Renata Domingos
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