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sábado, 18 de agosto de 2012

Brave Indomável, a história da guerreira ruiva



As animações da Pixar sempre se caracterizaram por criar universos em torno de narrativas que facilmente se tornam especiais para os espectadores. Quem nasceu na década de 90, certamente passou a olhar com outros olhos para os seus brinquedos quando, em 1995, conheceu o imaginário de Woody e Buzz Lightyear. A vida difícil das formigas também ganhou um carinho especial por aqueles que assistiram a Uma Vida de Insecto. Mais tarde, descobrimos o lado bom dos Monstros e Companhia, descemos ao fundo do mar Á Procura de Nemo, entrámos no universo de Carros, conhecemos Paris com Ratatui, viajámos ao futuro com Wall-E, e percebemos que, afinal, a nossa casa é onde somos felizes quando Up – Altamente nos fez voar. Parece, sem sombra de dúvida, o momento certo para dar um passo em frente e enveredar por caminhos nunca antes pisados.

 Em mais uma parceria com a Disney, a Pixar volta a brindar os espectadores com uma produção que traz novidades. Brave – Indomável conta a história de Merida, uma princesa que preferia não o ser. E nunca a Disney Pixar foi tão longe nesse aspecto. Numa breve viagem pelos filmes resultantes da comunhão das duas produtoras, é fácil perceber que, entre carros, robôs e brinquedos, esta é a primeira vez que uma personagem feminina assume o protagonismo. E se este parece ser um retorno aos clássicos da Disney, desengane-se. Merida não é a princesa tradicional que aguarda ansiosamente que o príncipe encantado a acorde de um sono profundo. É rebelde e aventureira, pouco dada aos costumes ancestrais que regem a tradição da sua terra. Quando lhe tentam impor o destino que deve seguir enquanto princesa, revolta-se e decide recorrer a poderes divinos. Mas nem tudo corre bem e só a verdadeira coragem pode salvar os que mais ama. 

 Tratando-se da história de uma princesa, este é também o primeiro filme da parceria com uma localização histórica muito precisa. A narrativa situa-se na Antiga Escócia e os criadores, liderados pelo realizador Mark Andrews, procuraram recriar essa realidade com a maior fidelidade possível. Para tal, a equipa viajou até à Escócia, fotografou e conheceu costumes e tradições da terra para criar o universo rico e real do filme, tanto a nível visual como narrativo. Quem conhece as animações anteriores sabe que tornar as mesmas reais é, aliás, o maior desafio e o grande objectivo da Pixar. Neste caso, o grande desafio técnico foi a construção do cabelo de Merida. Foi a primeira vez que se criou uma cabeleira com caracóis flexíveis ao movimento – antes disso, só há memória do cabelo de Boo (Monstros e Companhia), muito mais rígido do que o da nova personagem. 


A dificuldade está precisamente no facto do cabelo ser encaracolado. «Os cabelos encaracolados desafiam a física na forma como se movem e se comportam», explicou Claudia Chung, artista responsável pela simulação do cabelo. Por isso mesmo, o processo exigiu precisão e foi necessário utilizar mais de 1500 caracóis, de vários tipos, espessuras e comprimentos, aplicados um a um, até encontrar a cabeleira ideal para a protagonista. Brave parece ter tudo para dar certo. A acrescentar à exigência técnica e ao facto de se tratar do primeiro conto histórico da Pixar, a longa de animação conta com as vozes dos célebres Kelly MacDonald, Emma Thompson e Billy Connolly na versão original. Na versão portuguesa, é Daniela Ruah quem dá voz a Merida. A banda sonora estará a cargo de Patrick Doyle, que conta já com uma longa experiência de mais de vinte anos em bandas sonoras originais. Brave – Indomável estreia já esta quarta-feira, dia 15, na expectativa de se tornar mais um sucesso na história da Disney Pixar e de obter um lugar especial na história de cada um de nós.
 Fonte: Ante-cinema.com | por Renata Domingos

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